Dos sinais evidentes de que esta é uma casa projetada por Ruy Ohtake, destacam-se dois, de natureza formal: a dupla curvatura - em corte e em vista - das vigas frontais de concreto e o desenho orgânico, no qual figuras coloridas e coplanares ornamentam as aberturas da edificação monolítica.
Autor consagrado de projetos de variadas escalas e programas, como o Hotel Unique e o Instituto Tomie Ohtake, ambos em São Paulo, o arquiteto Ruy Ohtake é seletivo quando desenha casas.
“Projeto em média duas residências por ano”, ele relata, “para não perder a familiaridade com o espaço doméstico.”
A criação zelosa ganha ares de requinte austero nesta residência localizada em condomínio fechado em Valinhos, na Região Metropolitana de Campinas.
Com um volume único e regular de concreto, o projeto se alimenta de contrapontos imediatos: a forma geral é contínua e aparentemente linear, mas as dimensões e curvaturas acentuadas das vigas frontais de travamento sugerem, ao contrário, tridimensionalidade rebuscada.
Da mesma forma, se o predomínio do concreto aparente nas superfícies internas e externas dissimula os limites da casa, acentuando a sensação de horizontalidade ou de fundo infinito, é vertical o elemento articulador e de destaque nos interiores: uma grandiosa rampa circular e escalonada que, deslocada de qualquer eixo simétrico, está constituída por concreto, vidro e madeira.
“O essencial é pesar a proporção”, define Ohtake, dando pistas de que há mais do que a despretensiosa simplicidade com que ele apresenta o projeto. O arquiteto se refere em particular à esbelteza estrutural do concreto, presente tanto na pouca espessura da casca hermética que conforma a edificação quanto nos modestos 20 centímetros dos seus dois únicos pilares, alinhados com a fachada frontal.
O volume da casa é gerado por uma espécie de fita ou casca contínua de concreto que, com seu traçado cônico, arremata o vértice em bico do terreno com acentuado aclive. Essa forma regular e arredondada, aliada à estratégica implantação no terço posterior e mais elevado do lote, define o ponto focal para onde se volta a edificação: a bela área frontal e externa de lazer ao ar livre.
O projeto prescinde de recursos para a intermediação de ambientes internos e externos. Não há pátios, volumes inter‑relacionados, reentrâncias ou beirais sobressalentes, apenas a relação estanque dentro/fora que as vigas esculturais da fachada fazem questão de enfatizar.
Nesse sentido, o ponto alto do projeto é mesmo o domínio privado, doméstico, ou seja, a grandiosidade do ambiente interno. No térreo, a grande sala de estar é interrompida em alguns pontos por paredes ou balcões coloridos desenhados por Ohtake - que há tempos transita com desenvoltura nas escalas arquitetônica e do objeto -, embora prevaleça em primeiro plano a visualização da parede exterior contínua, de concreto aparente.
Prepara-se a cena, portanto, para a profusão de curvas da rampa escalonada localizada num canto posterior da sala. Sua proporção grandiosa é valorizada pela luz zenital proveniente do teto circular de vidro, assim como pelo desenho sinuoso da abertura que interliga visualmente os dois andares.
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