terça-feira, 28 de agosto de 2012

Um pouco sobre Márcio Kogan


Faz um tempo já que virei fã do trabalho de Márcio Kogan. Entre indas e vindas de pesquisas para trabalhos da faculdade, entre visitas ao site dele, entre matérias nas revistas AU e Projeto e nas aulas de História da Arquitetura.
Na newsletter da Wallpaper Magazine encontrei uma chamada sobre o trabalho de Kogan, e resolvi ler a matéria.
A matéria aborda a maneira como Kogan trabalha o espaço arquitetônico de seus projetos, primando sempre pelo partido da forma de “caixa”, porém dando a cada projeto uma combinação e um arranjo que vão além da forma reta e quadrada. Seus projetos traduzem sempre um senso de liberdade, com espaços flúidos, limpos e claros, e sempre com uma fuga para uma paisagem maravilhosa!

Ao final da matéria, a Wallpaper fez um pequeno bate-papo com Kogan, sobre vida e arquitetura em sua cidade favorita – São Paulo.

Resolvi traduzir a matéria aqui pra quem se interessar dar uma lida e conhecer mais um pouco sobre Márcio Kogan!

WP - Qual é o seu princípio guia de design?
MK – Nós sempre procuramos usar um design simples com um mix de materiais tipicamente brasileiros. E nós gostamos de fazer contraste de materiais.

WP – Quais são 2 de seus heróis?
MK – Na casa Osler nós incorcoporamos um painel de cerâmica que foi especialmente desenhado por Athos Bucão. Foi o último projeto dele. São dele todos os painés clássicos de Brasília para Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. O incrível João Filgueiras Lima, ou Lelé como ele é mais conhecido, foi um gênio da sustentabilidade antes disso se tornar o alvo atual de discussões mundiais.

WP - Porque você é tão fascinado pela forma da caixa?
MK – Eu gosto do aspecto lúdico dela. Pra mim, parece ser a forma mais natural para ser usada durante o processo arquitetônico.
 
WP – Muito do seus trabalho encontra-se em São Paulo. Arquitetonicamente, que emoções a cidade desperta em você?
MK – Eu sou viciado em São Paulo. É uma das mais interessantes cidades do mundo. Ela é absolutamente caótica, feia, poluída e muitos outros adjetivos desagradáveis que alguém pode imaginar, mas com uma energia que é absolutamente fantástica e inigualável. O misto de tudo cria uma personalidade única
e apaixonante.

WP- O que está disponível para a cidade?
MK – Um caos ainda maior. A sua infraestrutura se desenvolve num ritmo mais lento que o crescimento da cidade.

WP - Qual de seus prédios é seu favorito?
MK – Mi Casa vol. B em São Paulo. Mas quando finalizarmos a Casa Ilha em Paraty, Rio de Janeiro, ela será minha favorita.

WP- Que prédio você gostaria de ter projetado?
MK – O pavilhão de Barcelona de Mies Van der Rohe.

WP- Qual é um edifício bem projetado?
MK – Eu sempre adimirei os edifícios modernos brasileiros da década de 1930. Incríveis trabalhos foram feitor por dezenas de arquitetos como Lucio Costa, Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer, Rino Levi e Affonso Reidy. É sempre surpreendente para mim que no início do século 20 o Brasil produziu projetos como os que produziu, tão simples e elegantes. Uma lissão para o nosso mundo supérfluo em crise.

WP- E qual é um edifício mal projetado?
MK – Não é uma questão de bonito ou feio. O que me incomoda é o exagero da arquitetura de hoje: é quase barroca e muito cara. Recentemente, participei de uma exibição internacional de arquitetura em Barcelona e – no meio de tantos designs e arquitetos sofisticados e caros – o projeto que mais gostei foi exatamente não um edifício mas um trabalho relacionado a recursos renováveis. A Comunity Cooker é, de forma simples, uma baixa tecnologia processada pela Kenyan company Planning Systems Services onde o lixo é transformado em combustível. Pelos nossos padrões, isto seria considerado feio, mas ele permite a
sobrevivência de milhões de pessoas. Então, o que importa mais? Como diria Oscar Niemeyer, “A vida é mais importante que a arquitetura”.

WP - O que Márcio Kogan estará fazendo daqui a 10 anos?
MK- Eu espero estar vivo!

Aqui estão algumas obras de Kogan abordadas na entrevista: as casas Osler, Corten, C16H14O3 e Panamá.
Casa C16H14O3 – São Paulo
Casa Panama – São Paulo
Casa Osler – São Paulo

Quer ver mais imagens das obras dele?
Então entre no site dele  que aliás, é bem diferente de se navegar.
Até mais pessoal. 

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