De proteção contra terremotos ao desenvolvimento sustentável, descubra porque o aço é um material de construção tão versátil e útil.
A estrutura de aço não oferece somente um modelo para casas em áreas rurais, mas também em áreas urbanas, onde há necessidade de construções robustas, tanto domésticas como comerciais. Uma quantidade crescente de arquitetos australianos encontra nesse modelo inspiração para seus projetos residenciais.
A casa da família do arquiteto Reg Lark, em Cronulla, Sidney, é um exemplo disso. “A utilização do aço me permitiu projetar uma casa de três andares em um terreno relativamente pequeno (180 metros quadrados)”, afirma Lark.
A apenas 100 metros de distância, sua casa é separada da praia por um conjunto de prédios de apartamento de dois andares. “Tivemos que verticalizar para conseguir uma vista do Oceano Pacífico, ao menos a partir do terceiro andar”, declara Lark.
Lark utilizou uma estrutura de aço para construir a casa, selecionando vigas e colunas de aço “RJS” (perfil H). Com exceção do piso térreo, que é feito de tijolos, os dois andares superiores e a cobertura são recobertos externamente com Colorbond® corrugado. “As paredes sobem para formar a cobertura, e a curvatura da cobertura foi projetada para desviar os ventos sudoeste”, revela Lark. “A utilização do aço me permitiu abrir os espaços. As paredes internas não tiveram de suportar a carga”, ele acrescenta.
Assim como apresentada no exterior, toda marcenaria da casa inclui perfis T de aço. As esquadrias das portas de correr de vidro também são feitas a partir de perfis T. “Utilizei aço em vez de alumínio, para criar uma resolução mais fina, que possui resistência”, afirma Lark. O aço também aparece no painel de proteção da cozinha. Em vez de ficar fixado de modo permanente, o painel de proteção dobra para trás, para eliminar a fumaça da cozinha.
O escritório Hopkinson Team Architects também utiliza o aço regularmente em seus projetos de construções tanto domésticas como comerciais. Um dos seus projetos em aço fica na Bethels Beach, na costa ocidental de Auckland. Os proprietários dessa casa de praia acamparam no local durante alguns anos, utilizando somente comodidades rudimentares. Um tanque de água e uma mesa de acampamento eram as únicas instalações permanentes. Em consequência, o terreno do acampamento tornou-se o ponto focal do projeto.
A casa resultante é modesta em escala. Uma cozinha e uma área de estar amplas constituem o centro do projeto, com o quarto principal (e único) e o banheiro tratados como uma ala separada. As duas áreas são ligadas por uma passagem coberta. Para compensar a escala, o Hopkinson Team Architects incluiu terraços espaçosos, acessíveis tanto da ala de estar como de dormir. “Auckland possui um verão quente e úmido. Você pode viver ao ar livre durante seis meses do ano, no mínimo”, revela o arquiteto Gary Hopkinson, diretor do escritório.
O escritório Hopkinson Team Architects utilizou aço para recobrir a casa de Bethels Beach. O aço cinza escuro, além de permitir a integração da casa com seu meio ambiente, também se harmoniza com as grandes dunas de areia ferruginosa, famosas na região. “O aço evoca a lã e o galpões para tosquia espalhados em toda Nova Zelândia. É um material bruto e muito durável. Os galpões de aço, construídos há mais de um século, ainda são utilizados”, revela Hopkinson.
De acordo com Hopkinson, um dos problemas enfrentados por muitas casas da Nova Zelândia é a “síndrome da construção com vazamento”. “A maioria das casas precisa de outra abertura atrás do recobrimento, para assegurar drenagem e ventilação adequadas. No entanto, a colocação do aço corrugado na posição vertical elimina a necessidade de um canal de drenagem secundário”, afirma Hopkinson. “O aço permite o uso para remover uma camada adicional”, ele acrescenta.
O escritório Arkhefield também utilizou aço em uma casa em Stanthorpe, Queensland. A uma distância de carro de três horas de Brisbane, a casa fica em uma região vinícola em expansão. “A casa começou como uma residência de fim de semana, mas agora é utilizada como casa permanente”, diz o arquiteto Andrew Gutteridge, diretor do Arkhefield.
A forma da casa de Stanhorpe é parecida com uma caixa extrudada, com a cobertura e as fachadas oriental e ocidental recobertas com Zincalume, com um perfil Orb customizado. Essas extremidades também proporcionam proteção para o estacionamento dos carros nos dois lados da casa. A entrada da casa também é flanqueada em aço, na forma de dois grandes tanques de aço galvanizado, contendo 5 mil litros de água. “Quisemos expressar a coleta da água. É um recurso precioso, que deve ficar bem visível”, afirma Gutteridge.
Para maximizar a ventilação cruzada, o Arkhefield projetou a maioria dos aposentos com, no máximo, oito metros de largura. De concepção simples, a cozinha e as áreas de estar ficam no centro da casa, com o quarto principal em uma extremidade e a acomodação para amigos e família na outra. “É um projeto bastante objetivo. Alude fortemente aos galpões de aço para tosquia da região”, revela Gutteridge, que utilizou aço por sua baixa manutenção e acabamento um pouco bruto. “É uma resposta apropriada ao seu cenário”, define Gutteridge, indicando as grandes rochas de granito espalhadas pela propriedade.
O escritório Antanas Procuta Architects também adotou o aço ao projetar uma casa nos arredores de Cambridge, nas planícies da principal zona rural dedicada à produção de laticínios da Nova Zelândia. A casa linear dá as costas para os ventos frequentemente frios vindos do sudoeste. Em contraposição, as principais áreas de estar ficam em torno de um terraço que recebe muita luz natural. No lado “frio” da casa, ficam dois quartos, um banheiro, uma lavanderia e um escritório. Na face norte, fica o quarto principal, e, nas duas extremidades, ficam as amplas áreas de estar.
A casa de Cambridge é construída com aço corrugado e pintada em cor de zarcão. A cobertura também é feita de aço. “O aço já é uma material familiar na paisagem rural”, sustenta o arquiteto Antanas Procuta, diretor do escritório. “Quisemos utilizar materiais que fossem despretensiosos, e que também ficassem dentro do orçamento”, ele acrescenta.
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