Casa-modelo consegue provar que é possível construir de forma sustentável e a preços justos. Olhe para frente!
Cobertura ecológica de vidro, no mercado a partir de R$ 150 o m²
A arquitetura de baixo impacto e o design ecológico vieram para ficar. Mas, se por um lado é crescente o número de seus simpatizantes e entusiastas, por outro a quantidade de consumidores reais dessas tecnologias precisas ainda é pequena. A mostra Casa Modelo Eco- Decor foi criada para divulgar métodos alternativos disponíveis no mercado e financeiramente acessíveis, tendo em vista que quem constrói tem sempre duas questões em mente: tempo e dinheiro.
Primeira impressão:.
A fachada recebeu tinta diretamente sobre os tijolos aparentes, dispensando o reboco. O arquiteto Daniel Medalha também instalou um pano de vidro de 12 m² que divide a casa em dois blocos, revestido com um vinil perfurado impresso digitalmente. A película, além de filtrar a luz que entra na casa, também proporciona conforto visual e a sensação de segurança, uma vez que de dentro pode-se ver tudo o que acontece lá fora, mas o inverso não ocorre.
Ético e justo:.
“A viabilidade econômica é uma das três condições para a sustentabilidade”, afirma Luciana Galoccio. Para atender a essa necessidade, todos os ambientes da casa visaram também a economia. “Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas sustentáveis venha a gerar um custo cerca de 5% maior do que o convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% durante o uso e a ocupação do imóvel”, destaca a arquiteta.
Para tratar água:.
A cisterna subterrânea guarda água da chuva, que pode ser usada para lavagem de roupas, limpeza doméstica, irrigação dos jardins ou descargas sanitárias. A miniestação de tratamento de esgoto direciona os resíduos gerados para uma fossa séptica, que separa os sólidos e libera uma água “cinza”, utilizada para irrigar as plantas. A autoria do projeto é do engenheiro Waldemar Luchiari Junior.
Por R$ 33 o m², foi possível instalar este revestimento em madeira cedrinho mesclado da 3C Construsan
A casa tem três banheiros, que totalizam 22 m², assinados pelas arquitetas Amábille Almeida e Luciana Galoccio. Os cômodos conseguiram atingir eficácia invejável. Um espaço de banho projetado ecologicamente pode ser até 7% mais caro do que um comum. Isso não chega a ser nenhum absurdo, se considerado que vasos sanitários eficientes (R$ 90, na Arte Viva) com válvulas Docol de duplo fluxo (R$ 52) permitem economia de 30% de água. “Fazer um projeto semelhante ao nosso com 6 m² custaria cerca de R$ 3.500”, explica Amábille.
Investimentos racionalizados:.
Torneiras Docol economizam até 70% de água e custam a partir de R$ 176. O chuveiro Enerfocus, da Energias Eficiência Energética, custa R$ 419 e tem um sistema híbrido solar-elétrico que pode gerar conomia de 70% no gasto de eletricidade e 60% no de água. Pisos de espessura fina Gyotoku, que gastam menos matéria-prima em sua fabricação (custam R$ 21 o m²), e pastilhas de vidro recicláveis Glassline (R$ 40 a placa) são outros complementos sustentáveis.
Cozinha correta:.
Na bancada, há uma plataforma para coleta seletiva de recicláveis; o resíduo orgânico é direcionado para um minhocário acoplado, que o transforma em adubo, e o óleo usado tem local próprio de descarte. Todas as divisórias fazem parte dos armários da RA Movelaria, feitos em MDF de madeira reflorestada e laminados provenientes de PET, a um custo médio de R$ 4.200 (somando projeto, execução e móveis da lavanderia anexos). O piso EcoPietra (a partir de R$ 97 o m²) é 100% reaproveitado de rochas e garrafas de vidro recicladas.
Verde lindo:.
Na fachada, a inspiração veio do paisagismo xeriscape, que visa consumir o mínimo de recursos hídricos. Foram escolhidas cactáceas e suculentas, que necessitam de pouca água e nenhum agrotóxico, sendo resistentes ao calor e aos ventos. Ao lado da casa, um gazebo foi construído com pontaletes de eucalipto reflorestado (R$ 12 cada) e mobiliado com pallets reutilizados (a partir de R$ 10 cada), além de vasos usados de cerâmica, pintados por crianças.
O espaço integrado de 41 m² que compreende hall e salão, assinado pela dupla Carmem Cunha e Pâmela Decenci, pode ser reproduzido em qualquer casa a um custo médio de R$ 6.000, incluindo a decoração. Veja como:
1 Paredes rústicas são uma forma de poupar argamassa e até tinta, em alguns trechos. Os demais setores foram pintados com Metalatex Eco da Sherwin- Williams (R$ 50 o galão de 3,6 l) que tem baixa emissão de compostos orgânicos voláteis.
2 Elementos decorativos foram feitos pelas próprias arquitetas a custo zero, utilizando materiais como pallets, tampinhas, retalhos, fitas, garrafas, jornal, isopor e até formas de doce.
3 Revestimentos com impressão em HD (High Definition) imitam tábuas corridas e mármore travertino.
Décor social:.
Cortinas com retalhos e restos de miçangas, flores com rolos de papel higiênico, painéis de tampinha de garrafa, pufs com fuxico de patchwork, tampas de barrica pintadas, pallets que viram mesa, banco e estante. A decoração dos ambientes é muito autoral, sendo que boa parte da criatividade vista aqui se deve à mão na massa das profissionais. Em todos os ambientes da mostra, porém, não faltam outros exemplos, evidenciando o valor agregado de cada uma das peças, que deixaram de virar lixo para embelezar o evento.
Estacione aqui:.
Amábille Almeida e Luciana Galoccio também assinam a garagem, criada com investimento de R$ 8.500, a partir de agregados residuais da construção civil, além de areia reciclada e pedra 01. Também há na obra sobras de granito descartadas, pergolado de garapeira certificada (pilares de R$ 103,29 o m e vigas a R$ 17,62 o m, na Madeireira Mato Grosso), além de piso de cimento queimado, a R$ 7 o m².
Dicroicas (R$ 30)reduzem até 90% de consumo de energia elétrica e diminuem a dissipação de calor no local
Bambu e madeira ecológica compõem a base do espaço dedicado à garagem e ao descanso, que é todo “verde”
A casa não tem forro e mantém o mezanino com vigas aparentes da mesma cor que os canos que captam a água da chuva
Fonte:. http://construirmaispormenos.uol.com.br/ESCM/economia-obra/15/artigo244307-3.asp
*Todos os elementos e materiais foram cedidos gratuitamente pelos fornecedores. Os preços divulgados na matéria são estimativas consultadas no mercado pela reportagem em dezembro de 2011, e podem mudar conforme a loja e região.
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